
A cantora Ludmilla, conhecida por sua ousadia e autenticidade artística, encontra-se agora no olho do furacão de uma polêmica envolvendo acusações de intolerância religiosa. Após a divulgação de imagens de seu recente show “Rainha da Favela”, a artista se viu no epicentro de um debate acalorado sobre representação cultural e liberdade religiosa.
As imagens em questão mostram uma cena onde aparecem dizeres associados a elementos religiosos, suscitando críticas sobre a suposta promoção de estereótipos e intolerância religiosa. No vídeo de Ludmilla, amplamente discutido na internet, um telão exibe a frase: “Só Jesus expulsa o tranca-ruas das pessoas“. O termo “tranca-ruas“, presente na frase projetada em um telão durante o show, é uma referência a uma entidade espiritual cultuada em religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda.
Para alguns espectadores, a utilização desse termo em um contexto que parece associá-lo a uma ação de exclusividade religiosa, especificamente ligada ao cristianismo, é interpretada como uma forma de intolerância religiosa. As críticas foram rápidas e intensas nas redes sociais e na imprensa.

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No entanto, Ludmilla não se calou diante das acusações. Em uma resposta contundente, a cantora defendeu a legitimidade da representação apresentada em seu show, argumentando que o vídeo reflete as duras realidades enfrentadas pelos moradores das favelas brasileiras, incluindo a violência policial, o genocídio negro e, sim, a intolerância religiosa.
Ela enfatizou que o vídeo foi produzido por uma equipe majoritariamente composta por profissionais negros e periféricos, visando oferecer uma visão autêntica das comunidades marginalizadas. Segundo Ludmilla, o objetivo não era ofender ou promover discórdia religiosa, mas sim lançar luz sobre questões sociais urgentes que afetam milhões de brasileiros.
Entretanto, as vozes críticas insistem na sensibilidade do tema e na necessidade de uma abordagem mais cuidadosa e inclusiva quando se trata de representação religiosa.